sábado, 11 de dezembro de 2010

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A semente fora lançada e não havia maneira de Nacho se separar de Ramona.

Nachito crescia a olhos vistos e sempre recebiam visitas de empresários, uns mais duvidosos que outros, mas com os quais o novo Nacho negociava duro, porque tinha um real talento impulsionado pela sua cada vez mais bela mulher que depois das noites selváticas de sexo se tranformara numa mãe extremosa, numa esposa fora do comum, sem nunca cair na submissão que sempre irritara Nacho e o levava a fazer coisas que não se faziam. Muito mau e levado da breca.

Entretanto realizaram-se novas eleições no Ayuntamento e foi nomeado um filho da terra de nome  Pau Puig, fruto de uma relação extra-conjugal entre Cinta e Mohamed, um trabalhador marroquino que entretanto havia sido expatriado pelos temíveis Mossos d’Esquadra, desde sempre convencidos que eram os emissários de Deus na terra, portando-se como verdadeiros fundamentalistas no que respeitava a qualquer  desvio à normalidade da Terra, ou seja se era estrangeiro levava um chuto no cu e já está.

Mas os tempos eram outros e Pau, secretamente conhecido por Mohamed, que tinha muito orgulho nas suas raízes e era dotado de uma inteligência de tal forma avassaladora que se resolvera dedicar à política, começando pela sua terra de nascimento aquilo a que chamava a total islamização de Espanha, começando pela radical Catalunha, num pedaço de mundo onde as idiossincrasias era algo que levava ao suicídio pelo vazio que se instalava na cabeça das pessoas, tal a falta de referências culturais. Era algo de complicado, mas contava com a brutal comunidade marroquina que já era metade da população local. Demolir a catedral decadente seria o primeiro passo e assim radicalizaria a sua proposta de forma eficaz. Em Madrid já se ultimavam os preparativos para o seu assassínio, algo que não era surpresa para Mohamed.