sexta-feira, 17 de setembro de 2010

capítulo 8 - Reencontro

- Entra Romão... meu querido!

Era a Raquel, a sua mulher, coincidências, ou talvez fizesse parte do plano

- Sabias que eu estava aqui?
- Isto está um horror, um verdadeiro horror!
- Mas sabias que eu estava aqui, só podias saber!
- Sabia, claro que sabia, temos quinze minutos para entrar numa casa. 
- Mas o que se passa?
- É a ditadura, do piorio, matam por tudo e por nada, e o povo rejubila!
- Queria eu saber porque é que me fizeram o que fizeram?
- Cala-te amor, deixa-te estar quieto.

ou talvez não, tudo lhe era muito confuso, não sentia a perna direita, o coração batia desgovernado, apenas sonhava com uma cama, com alguns minutos de sono, havia muito tempo que não dormia, que não sabia o que era um a porra de um sono reparador. Será que dali para a frente saberia voltar a viver?

- Romão... meu Deus como te maltrataram, temos que entrar ali na casa da minha amiga
- A Mariana?
- Sim , sim...
- Entrem, entrem depressa, os caças já estão no ar... depressa por Jesus...

Não se lembrou de mais nada, senão de acordar, numa cama de lençóis de flanela, sedado, mas com dores horríveis nas pernas, os braços sem reacção, a boca sem a conseguir mexer. Olhou para o lado e viu Raquel. Há quanto tempo não via a sua mulher, e o desejo não era de sexo, apenas procurava uma forma de conseguir ter motivos para lutar. Depressa os arranjou, as forças vinham sempre de onde menos se esperava.

domingo, 12 de setembro de 2010

capítulo 7 - A ilusão da liberdade






Um dia libertaram Bondini. Ia dentro duma carrinha, sem aviso, sem sequer pararem, deitaram-no para a rua, completamente nu. Era Inverno, daqueles dias bem frios, o corpo definhado, devia ter emagrecido uns 30 quilos, dores indescritíveis, pesadelos sem fim de noite nunca dormidas, talvez se tivessem passado alguns meses, talvez uns dias... dias não, que era Verão quando aquilo tinha acontecido. Meses sim, alguns meses. Não conhecia aquele sítio, era muito estranho. Um olho não o conseguia abrir. Alguns carros passaram e só ouvia as pessoas indignadas por estar nu

- Tapa-te ó tarado
- Vamos chamar a polícia, isto já não há vergonha
- Estás feito tarado, vais ser fuzilado - e riam-se, fugindo de uma sirene que já se ouvia lá ao longe...

mas houve alguém que parou.

Capítulo 6 - A tortura


- Então chamas-te Romão?
- Sim...
- Olha para cima filho da puta! Quando falo contigo olhas para mim!!! Porrada neste! - um polícia com ar de boi enfurecido, berrava! Os outros obedeciam
- Meu Deus!
- Aqui estás fodido, o teu deus sou eu! E eu é que sei o que deves dizer por isso não te desvies! Filho da puta, olha para cima!!! Cabrão de merda que te mato já aqui!
.
O corpo doía-lhe, as dores eram absolutamente lancinantes, apenas lhe apetecia morrer. Não entendia como era possível aquela reviravolta brutal. À espera de uma noite com gajas boas, de sexo a rodos e acabar tudo assim, numa sala obscura. Parecia que viva num cenário daqueles que tinha lido em livros acerca de mentes psicóticas.

Tinha havido uma insurreição. Uma Junta Militar tinha tomado conta do poder, apregoava-se de novo o nome de Salazar nas ruas, a pena de morte tinha sido reinstaurada, as execuções sumárias uma prioridade do novo Executivo. As fronteiras fechadas e ameaças a todos os estrangeiros presentes. Mas naquele momento só lhe interessava sair dali, faria o que fosse preciso, apenas era preciso adivinhar o que aqueles gajos queriam, eles não diziam e isso fazia-o lembrar a velha Inquisição.

Nos momentos de curta solidão, nu, deitado num chão sujo, ouvia gritos de dor lancinante, vindos de si mesmo, como se a alma se tivesse desprendido do corpo

- Não, isso não
- Diz-nos nomes cabrão!
- Eu digo... mas parem com isso, por favor
- Parem... que ele vai falar já a seguir, tem três segundos para começar a falar, um, dois...
- André Queirós, Romão Silva e a família deste também - nunca falou tão rápido na sua vida...
- Eu sabia, ficas na solitária uma semana e depois... pensa bem no que vais ter para me dizer se alguma destas informações for mentira...
- Oh não, protejam-me, sou um homem morto!
- Descansa que tenho bons planos para ti minha puta, o teu alimento vão ser as ratazanas que aparecem pelo ralo do esgoto, tenta sobreviver-lhes - e ria-se, sinistro, aberrante...

e pensava delirar quando ouvia o seu nome, no meio da violência sem sentido, sem que houvesse alguém que a fizesse parar

- Então Romão, ou será Romano, o terrorista?
- O quê?
- Não me chateies merdoso, não mintas, não mintas, já sabemos de tudo
- Não entendo...
- E a Dona Josefina... - o fulano que o ia torturando batia com o bastão nas paredes, cada vez com mais força e resolveu dar-lhe no joelho direito - bem me parecia que és o filho dela!
- Não! Não! A minha mamã não... - o choro tornava-se compulsivo, a fúria cada vez maior -
- Sim, gosto dessa raiva - pisando-lhe a mão - vais precisar dela para viver meu filho da puta...

e lá vinham eles para cima dele, pontapés por todo o lado, choques eléctricos nos orgãos genitais, seria possível descrever maior dor? Pensou no que os levava ali, não sabia o que tinha feito, já tinha visto daquilo em filmes e agora estava ali... estava a ser violentado. Apenas lhe falavam na mãe, isso punha-o louco. Porquê? O que havia de tão importante na sua pessoa para o maltratarem daquela maneira? Puro gozo de violência gratuita? Não percebeu durante muito tempo. 

capítulo 5 - A bomba rebentou



O pó, o sangue, pedaços de corpos a voarem e gritos, muitos gritos. Bondini, no meio dos destroços, não conseguia distinguir nada direito. 

Em plena Baixa Pombalina, um atentado? Parecia que algum terrorista não gostava das atitudes subservientes do governo português e como sempre quem pagava era o mesmo, o indefeso eleitor

- Ismael, estás bem?
- Ai, porra para esta merda
- E tu Bondini?
- Estou bem André, deixa-me em paz

e quando o pó assentou, ainda viram uma senhora de vestido ensanguentado, à procura dum braço, 

- Alguém viu o meu braço?

libertando-se da vida. Andava por entre os escombros, perdida. E caiu de repente, abatida sem se saber porquê.

De repente, algo agarrou com toda a força Bondini. Sem piedade, sem a mais pequena noção do bem ou do mal. Apenas levado dali. A ultima coisa que se lembrou foi ver o Ismael fugir. Presumindo que quisesse esconder a sua condição de padre. Pareceu-lhe ver alguém com um bastão a persegui-lo. Desfaleceu.

capítulo 4 - Regresso ao passado

Então um belo dia, já se conheciam há cinco anos, todos os três no auge dos vinte e cinco anos, formosos e endinheirados, foram jantar uma valente mariscada, onde sempre se juntavam. 



André, carregado de gel, com o seu fato Armani, bem justo ao corpo musculado.


Ismael, transfigurado, quase irreconhecível, de fato preto, casaco de cabedal à Matrix, cabelo bem curto e um charuto cubano na mão direita. Um padre de charuto e todo de preto? Charuto pecaminoso!



Sentaram-se na mesa do costume e falaram, 



- Por Jesus, Bondini

- Ah! Ah! Ah! Era ver-te ali a lamberes a velha, estava toda maluca

- O Senhor perdoou-me, dei umas chicotadas no lombo e pronto

- Deves ter dado é umas trancadas na Sofia

- Cuidado com a linguagem André!

- Oh querias era papá-la! 



de um futuro que, amargamente, se transformaria em pura ilusão



- Tenho uma ideia, mas preciso que alinhem todos

- Temos orgia hoje? Eh! Eh! Eh!

- Nada disso que merda. E tem este gajo o compromisso que tem!!!

- Diz então... e tu padreco cala-te, deixa o André falar...

- Então é assim, conheço uma vivenda ali para os lados do Restelo...



E ouviu-se um estrondo enorme...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

capítulo 3 - Romão Bondini

fotógrafo: Nélson Rita




E um dia no café da Periquita, em Sintra, no meio de uma zaragata, depois de uma velhota ter sido assaltada, Bondini cruzou-se com um Padre a fazer respiração boca a boca a uma senhora de idade que veio a descobrir que se tinha feito desmaiar de propósito só para o charmoso Padre da sua paróquia a beijar. Resultou? Se resultou, mas a velha foi presa e humilhou-se perante a populaça a rir desvairada, mas ia feliz a serigaita, com o sabor da saliva do Padre na boca, podia ir para o Inferno que ia satisfeita.

Mais à frente estava um fulano de óculos escuros e gel no cabelo, um brinco em cada orelha e uma miúda ao seu lado com umas roupitas curtas a tapá-la ao de leve, custou-lhe desviar o olhar dela. 

Cinco minutos depois, e um dente caído sentiu alguém colocar-lhe um curativo, talvez vindo da ambulância que tinha parado lá em baixo. 

Ao longe a polícia falava com o namorado da gaja quase vestida que tinha feito desaparecer um dente a Bondini. Foi ter com ele e pediu desculpa e que tudo o que pudesse fazer para não fazer queixa dele, ele estaria de acordo. Pediu a companhia da mulher que provocara o desacato

- Não tens mesmo vergonha ó cabrão
- Tu disseste o que eu quisesse
- Ok vamos os três
- Anda cá coisinha fofa
- Tu levas! Tu levas!

e o Padre interveio. A polícia até o Padre quis levar preso, mas com a sua persuasão lendária conseguiu que tudo se resolvesse a bem.

- Senhor Guarda, por Deus, tende calma, tende calma que o Senhor perdoa estas pobres almas!


Bondini, apertou a mão ao Padre. Este sem qualquer motivo aparente convidou-o a ir à Piriquita comprar umas queijadas. Bondini ainda apontou para a boca, mas não teve como recusar.

capítulo 2 - Ismael



Ismael, um gajo bem parecido, com quase dois metros de altura, Padre.


Sabe-se de fonte segura que é pai de quatro ou cinco. Que o confessionário parecia uma romaria de raparigas bonitas com decotes generosos a confessar os seus pecados. Tinha a lata de contar tudo, 'elas gemem', despindo a alma de preconceitos, loucas de excitação com Ismael. Um homem assim não consegue ser de ferro e entre a entrega a Deus pela eternidade e saciar as fraquezas da carne, nunca se esqueceu da carne, Deus devia ter algo melhor com que se ocupar. E a carne foi sempre saciada. Dizia ele, que era dos olhos azuis e do cabelo loiro, tinha uma voz rouca e para além disso fazia musculação. Padre? Sim era Padre, mas acima de tudo encarava a sua própria satisfação como uma verdadeira missão divina.

O Ismael, é filho de pais judeus, pessoas demasiado liberais, de mente bem aberta. Mas desde muito novo encantou-se com a doutrina cristã, com os ritos católicos, cedo se deixou fascinar pela entrega a Deus, sobretudo pela época dos autos-de-fé, era poderosa para ele a ideia de se entregar a um ser espiritual que tudo comandava, absorver todo o seus conhecimento e correr lado a lado no seu trono. 

Conta-se que uma vez, no meio de uma briga, conseguiu acabar com uma querela pela via do diálogo, pela via da persuasão. Tinha doze anos, um Q.I. de 350 e convenceu os pais a inscreverem-no num seminário. A mãe desgostosa, pensou que tinha errado na educação, que ele ia ser violado nos seminários e que nunca seria avó na vida. 

O pai, esse não achou piada ao facto de um judeu querer professar as homilias da igreja católica, de sequer sonhar em dar missas doutra religião. Quase que desabou o bom senso criando-se condições favoráveis para o Armagedão naquele apartamento no topo de uma colina. Ismael tinha uma qualquer fórmula secreta pronta para poder conrtetizar os seus desejos, levava sempre a sua avante. 

Da mesma forma que discutiam, acabavam sempre por entender que cada um tinha os seus credos e deixaram-no ir. Sempre foram fáceis de convencer, esse sempre foi o dom especial de Ismael.


Na véspera da ida para o seminário perdeu a virgindade tendo uma aventura amorosa com uma vizinha, amiga da mãe, trinta anos mais velha e outras ideias se lhe afloraram na mente.

A mãe ficou sempre com aquela ideia que ele era gay, que tinha ido para o seminário e que os mais velhos o iam violar, tinha lido isso em livros, tinha visto uns filmes que falavam do assunto. Puro engano. Com dezasseis anos redescobriu os prazeres da carne feminina, logo após ter sido ordenado o padre mais jovem da história, sendo inclusive, recebido pelo Papa, a par de todas as diatribes do jovem sacerdote.


Começou naquilo que descobriu ser a sua melhor vocação, tendo relações sexuais diárias com algumas senhoras casadas que deliravam com a conversa dele. Um autêntico garanhão, que depois se penitenciava lendo o Livro do Apocalipse, de longe o seu preferido. Ao contrário das chicotadas que dizia que dava em si próprio, ria-se para dentro desafiando o Deus da religião que professava, tudo não passava de aparência, mesmo o que estava atrás da fachada da entrega a Deus. Com Ismael tudo tinha um segundo sentido e nem sempre era o mais óbvio.


- Dizei-me menina o que vos traz aqui
- Padre o senhor.... aiiii.... aiiii.... hmmmm....
- É pecado, é pecado
- Pequei, pequei
- Tende juízo, rezai... ai tapai vossos peitos formosos, tão belos!
- Ó senhor Padre eu sonho consigo, é pecado e o meu marido desconfia...
- Tapai-vos que estou a perder a respiração, ai! Rezai vários... ufff que calor! Vinde ter comigo aos meus aposentos, sede discreta...

E um dia tudo se desmoronou. Ou talvez não...

domingo, 5 de setembro de 2010

capítulo 1 - André Queirós

fonte da foto: um bacano brasileiro chamado Fernando Araújo, mas não se consegue aceder ao link...

O André dizia-se que tinha enveredado por negócios obscuros embora na realidade não passe de um mero comerciante que tenta sobreviver vendendo peixe congelado. 




Diziam que se drogava quando era adolescente e que tinha violado uma prima, engravidando-a. Foi severamente espancado pela própria família e nunca recuperou por completo desses momentos de loucura. Depois veio-se a provar que era um tio que durante alguns anos tinha abusado dela, os testes de ADN provaram tudo o que havia a provar. Esse tio foi encontrado morto, num recanto sujo, com uma bala na cabeça, e nunca se veio a descobrir o assassino. Mas André já não se conseguia livrar da má fama


Entretanto, fumava os seus charros, participava em alguns pequenos assaltos a residências em Birre, ali para os lados de Cascais. Diz-se, porque nunca se provou nada e para além disso, de que servia essa fama? Para nunca arranjar emprego, para se envolver nos negócios obscuros da prostituição, embora também nunca se tivesse provado nada, por obra de algum espírito santo desencantado não se sabe de onde. A polícia nunca juntou provas para o pôr na choça uma vez que fosse, mas foi-se criando uma áurea de meliante à sua volta que impunha respeito no bairro.




A lenda... qual lenda se o André nem conseguia passar de um Fiat Uno e de viver num apartamento arrendado ali para os lados da Reboleira, na Amadora, num daqueles prédios sujos onde moram oito inquilinos por piso e é usual ver-se nas portas, 'aqui mora preto!'.?!?!



Mas rezava a lenda que afinal tinha um terreno de cem hectares, criação de cavalos, uma Adega e mulheres que nunca mais acabavam. Havia ainda quem dissesse ser ele o justiceiro sem nome que evitava que as meninas desprotegidas fossem violadas na noite escura, que os imigrantes sem papeis fossem levados para a escravatura, que a profunda mentira e hipocrisia que girava em torno do seu nome apenas serviria para o calar, para o matar e fazer regressar a vida à normalidade.


A verdade? Apenas a confusão com um fulano que mais tarde se viria a provar ser o irmão gémeo desaparecido e que mais tarde iria aparecer em circunstâncias sinistras.



André nunca esteve na Reboleira, nem na tal quinta de 100 hectares, vivia apenas na Graça, em Lisboa, num daqueles prédios antigos, em que era uma aventura subir as escadas, como num castelo dos antigos à espera que aparecesse algum mouro para nos cortar as goelas. Não, era apenas um prédio antigo, ainda os carros podiam circular livremente e entupir as ruas, nunca havia lugar para estacionar. A única coisa certa no meio disto tudo era que tinha um dom especial para engatar mulheres, desde as novas às mais maduras. Era charmoso o sacana, e ele sabia o que fazia com elas. Talvez por isso a inveja. Mas também porque era um cantor daquelas músicas lamechas, mesmo xaroposas, ranhosas. Nunca gostei de o ouvir, mas as gajas ficavam histéricas e sexo nunca lhe faltava. No entanto nunca o vi no Top, só a tirar top's, isso sim ele sabia fazer e muito bem, parecia uma romaria de gajas malucas de volta do André, até ao malfadado dia.


- Um maço de tabaco se faz favor!!!


- Sim senhor!
- Porra, tanto tempo, é rica por acaso, já vendeu tudo e eu estou aqui a mais???
- Toma lá pá, não me chateies!!!
- Livro de reclamações e já!!!
- Oh senhor tenha calma, sabe isto é muita coisa ao mesmo tempo!
- Cambada de incompetentes...

Vegetam os corpos que me seguem

Prólogo

Num mundo onde a normalidade são pessoas queimadas por não serem exactamente o que o grande líder Ministro Pencudo pretende, Ismael um rabi convertido ao catolicismo, revela-se um exímio assassino e traidor.

André é um homem que passou a reger-se de forma doentia pelas preces de São Judas Tadeu após algumas revelações pouco fiáveis.

Romão Bondini, de famílias italianas emigradas para o Brasil, vendido a portugueses ranhosos por cem escudos com apenas dois meses de idade, escapa por um triz a uma rede de pedofilia que tinha como base de apoio uma poderosa organização de cultivadores de alface, com sede em são Domingos de Rana. Acabou por ter uma infância feliz, mas ficou marcado por uma ferradura de cavalo por engano o que lhe provocou um trauma eterno.

Dona Josefina Bondini, a mãe adoptiva de Romão, é a sua mentora e a que lhe vai ensinar como lutar contra o horror instalado em Lisboa.

De novo o centro do mundo, a cidade das sete colinas é atacada sem dó nem piedade por uma horda de bandidos, e Dona Josefina vai ser o centro de um atentado que interrompe os amores de muitos seres incautos e revela os horrores da ditadura. Fica como exemplo de perseverança e dedicação à liberdade. Desaparece misteriosamente, mas a alma reside dentro do maior dos seus crentes, Romão.

O vencedor leva tudo menos os corpos perdidos.

Miau!

Miau a todos!

Qualquer coincidência com um fulanito que anda por aí a escrever umas histórias cheias de malabarismos é pura coincidência.

Como gato que sou, sou bué preguiçoso, durmo como o caraças e primeiro que acabe as cenas é um problema...

Mas felinos e gente em geral, a mim irrita-me solenemente que andem a bater com as portas, por isso cuidado.

Sou um gato culto e gosto de escutar tangos e dançar a salsa com a gata que foi de férias e ainda não voltou!

Sempre que acabar uma história voltarei aqui para dizer de minha justiça.

Se me tratarem bem e me derem a paparoca que me gosta, ronrono e deito-me em cima das pernas, sobretudo se forem macias e a gata humana for jeitosa. Caso contrário assanho-me e não me responsabilizo pela merda que possa suceder...

Miauuuuuu e sejam todos bem-vindos a esta casa!