domingo, 7 de novembro de 2010

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O infinito por vezes habitava a mente algo confusa de Nacho. Sobretudo quando aquela chinesa, sem curvas que a distinguissem de um homem feio lhe oferecia perfumes baratos, vindos de um qualquer recanto sujo povoado de chinocas onde Nacho se sentia sempre perdido e sem apetite.

Dava-lhe sempre aversão tudo o que tivesse origem em chineses, os de carne e osso, que aquelas tretas baratas que vendem nas lojas ditas chinesas sempre dão jeito, mesmo que apenas tenham a utilidade igual ao papel com que se limpa o cu, pelo menos nas sociedades ocidentais.

Mas voltando ao infinito na mente de Nacho, esse pressuposto fazia-o sorrir sobretudo quando se lembrava dos beijos sentimentais que Ramona lhe dedicava ao berimbau, chupando-lhe a gosto as agruras de alguns anos sem molhar o pau onde ele devia ser molhado. Tudo lhe soava deliciosamente badalhoco quando pensava na peruana completamente húmida em prazer desvairado e a encornar o marido à força toda sem que este porventura desconfiasse de alguma coisa.

Entretanto num bar onde se encontrava com alguns espanhóis seus amigos, aparecia sempre um homossexual novo que se gabava de ter ido para a cama com o guru mariconço lá da zona. E Nacho falava baixo, talvez com a vergonha de gostar de mulheres, algo cada vez menos natural num mundo de extremadas liberdades em que o normal deixara de ser o usual. Constava que Ramona também gostava de chupar a pita a uma amiga, mas a má lingua apenas provinha de El Fernandez que queria comer o homem das  mulheres apenas para provar que nada lhe escapava.

E cada vez se serviam mais pollas sentimentais, o negócio prosperava, o que satisfazia Nacho que começava a receber propostas, inclusivé da mulher do presidente da câmara, uma loura platinada, bastante atraente no alto dos seus 43 anos que detinha enorme influência no meio empresarial da vila com pretensões a centro de um qualquer mundo diferente do planeta Terra. Nacho sentia-se um homem feliz, mas a vontade de fugir, proventura de se escapar para outra dimensão também não o abandonavam.

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