domingo, 7 de novembro de 2010

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Não, a confusão instala-se numa cabeça quando as consultas de terapia familiar estão vazias e é Nacho que leva com as agruras familiares das senhoras insatisfeitas. Querem algo mais que porrada, que os gritos dos maridos que dão uso ao cinto para outras coisas que não apertar as calças.

Torna-se estranha a quantidade de mulheres casadas que lhe aparecem na pastelaria, que pedem sempre o mesmo tipo de pastel, o café a solo e tem que ser sempre Nacho a servi-las. O dono da pastelaria até deu um novo nome ao pastel, em tom de escárnio e mal dizer: polla sentimental. Diria que Ramona, escondida se poria a pensar em liquidar, uma por uma, as donas de casa descontentes dos maridos que apenas as fodem bem com o cinto.

Uma certa manhã Nacho resolveu não ir trabalhar, e pôs-se a caminho da cidade contígua, sem sequer pensar que o ganha pão que o manteria a são e salvo da crise instalada no mundo o pudesse fazer ser expulso daquela profunda frustração que era conviver com aquela gente que nem identidade cultural tinha.

Sacou do abono para fora das calças, e masturbou-se, enquanto um cão o observava com ar de poucos amigos, ainda assim sujou as mãos do esperma que estava sempre a mais dentro do seu corpo. Limpou as mãos num charco que passava ali perto e sorriu, sempre podia voltar para trás e amenizar a angústia do seu chefe, um homossexual brasileiro que era gozado pelo sotaque exótico. Nacho punha-se a pensar que as mulheres tinham razão em manter aquele ar de zombies perdidas, em busca de um naco de carne, algo duro que gostasse mais de penetrar do que ser penetrado.

Ramona, encontrou-se com uma moldava alta, loura e com olheiras profundas, ou talvez olhos negros da porrada que levava e abriu-lhe o pescoço com uma navalha de ponta e mola que trazia consigo. A eslava, grande como o caraças nem teve tempo para reagir e a morena, sentiu-se bem, cada vez mais perto do seu amor. Ao longe passavam alguns polícias que multavam um carro ao acaso que até nem incomodava por aí além. E depois chamou uma ambulância e ajeitando as tetas gigantescas sorriu e pôs-se a andar dali para fora.

Nacho sorria apesar de sentir as cuecas molhadas e algumas adolescentes de mini saia lançavam-lhe olhares lascivos que ele fazia por ignorar, até porque uma delas era filha de Ramona.

E do nada apareceram cinco tipos de polícia diferentes, ambulâncias e bombeiros e as vizinhas, gatos, mouros e a puta que os pariu a todos enquanto a moldava lançava golfadas de sangue pela garganta, pareciam não ter fim. Seria a moldava uma vampira?

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