domingo, 12 de setembro de 2010

capítulo 5 - A bomba rebentou



O pó, o sangue, pedaços de corpos a voarem e gritos, muitos gritos. Bondini, no meio dos destroços, não conseguia distinguir nada direito. 

Em plena Baixa Pombalina, um atentado? Parecia que algum terrorista não gostava das atitudes subservientes do governo português e como sempre quem pagava era o mesmo, o indefeso eleitor

- Ismael, estás bem?
- Ai, porra para esta merda
- E tu Bondini?
- Estou bem André, deixa-me em paz

e quando o pó assentou, ainda viram uma senhora de vestido ensanguentado, à procura dum braço, 

- Alguém viu o meu braço?

libertando-se da vida. Andava por entre os escombros, perdida. E caiu de repente, abatida sem se saber porquê.

De repente, algo agarrou com toda a força Bondini. Sem piedade, sem a mais pequena noção do bem ou do mal. Apenas levado dali. A ultima coisa que se lembrou foi ver o Ismael fugir. Presumindo que quisesse esconder a sua condição de padre. Pareceu-lhe ver alguém com um bastão a persegui-lo. Desfaleceu.

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