domingo, 17 de outubro de 2010

capítulo 12 - A reviravolta

Fonte da foto: Régis Perassoli






Enquanto André, imbuído pela ideia de por em prática as preces de São Judas Tadeu, ia purificando o mundo como um justiceiro negro, sem nunca deixar rasto das suas acções. Alguém voltava a aparecer no mundo.

Ismael, que se havia escondido na residência secreta do Ministro, instalara-se no escritório deste onde arquitectava um plano com outros dois comandos quando lhe pareceu ver André nas imediações, através das câmaras que vigiavam cada recanto daquela casa. 

Algo de muito estranho se passava porque nunca o vira com aquelas feições duras, quase inexpressivas, e pior ficou quando o viu matar um por um os seus fieis que haviam conspirado na morte do Ministro. A cada um que matava mais depressa se aproximava dele.

- Que é que é isto? O André? Devo estar doido...

Entretanto fora do escritório seguia a sinistra personagem, em tudo idêntica a André, e sabia muito bem onde queria chegar, até olhar para uma das câmaras e falar:

- Ismael...

Este ficou petrificado um mero segundo, algo raro nele, sempre frio e seguro de si próprio.

- Sou eu! O André! Preciso falar contigo!

Agora tinha a certeza que algo estava errado e nem sequer respondeu, limitando-se a activar os engenhos explosivos que se encontravam num raio de 100 metros do escritório. Viu a personagem avançar, rindo-se, activou a primeira bomba e nada...

- É perfeitamente inútil meu caro... deixa-te de me tentares impedir, sei tudo acerca desta casa...

Ismael sentiu que talvez fosse verdade e ordenou a fuga do escritório. Mas antes assassinou os leais companheiros, não podia haver qualquer hipótese de alguém lhe sabotar a chegada ao poder e empurrando uma pequena alavanca, abriu uma porta que ra mais uma passagem secreta. Mas teve uma surpresa inesperada...

- E agora...
- Que caraças tu não és o André!
- Eu avisei que sabia tudo sobre esta casa
- Mas...
- De joelhos, no chão. JÁ!

Ismael tentou pensar rápido numa forma de escapar, mas tinha ali um adversário à altura... mesmo assim falou

- Podes ao menos dizer-me quem és?
- Não se vê pela cara?
- Mas... ele nunca me falou que tinha irmãos...
- Se nem ele sabe, agora anda por aí feito parvo a pregar a boa nova
- Isso não é dele - Ismael sorriu
- Não te rias cabrão... agora algema-te ao varão... já sabes que se fizeres alguma coisa, a porta fecha-se automaticamente e ficas cortado ao meio. - e riu-se com um olhar de ódio cada vez mais acentuado.
- Mas...
- Vou-te explicar... tenho planos para ti, mas preciso tratar de uns assuntos primeiro. Alguém muito mais acima de qualquer um de nós espera por um certo segredo escondido nesta casa...
- Espera lá... já percebi que conheces isto bem, mas há um sitio que só eu conheço... bem te podes desunhar que nunca vais encontrar o que queres sem mim...
- Bluff... pensas que não sei que estás a fazer bluff?
- Experimenta-me... também ando a perseguir esse documento tão importante para alguém muito acima de nós dois. E descobri onde ele está... apenas tens que me levar contigo.

Após alguns instantes em que o irmão de André olhou fixo para Ismael, chamou alguém por um intercomunicador e apareceram dois brutamontes saídos de algum combate de wrestling.

- Garanto-te que eles não são apenas músculo, por isso não tentes persuadi-los... isto não é a Paróquia...

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